Editorial

Até onde vão os votos de confiança?

Desde a privatização da CEEE, adquirida pela Equatorial, são muitos os relatos de queda na qualidade do serviço. Ainda são vívidas as memórias da situação que a Zona Sul viveu há seis meses, quando chegou a registrar casas sem luz por 15 dias. Na época, em 23 de julho, o presidente da CEEE Equatorial esteve por aqui, em uma reunião que muitos devem se lembrar também pela falta de tato com que foi lidada e pelas promessas não cumpridas.

Naquele domingo, Raimundo Bastos, Eduardo Leite e prefeitos da região se reuniram em uma sala do aeroporto de Pelotas. Ou seja, o mandatário sequer chegou a "pisar" em Pelotas. A imprensa não pôde acompanhar o encontro. Depois, em rápido pronunciamento aos jornalistas presentes, pediu desculpas, prometeu que a situação não se repetiria, garantiu que a luz voltaria no mesmo dia e tudo mais. A primeira promessa foi descumprida já na hora, pois naquele domingo, o 12º sem luz, muita gente ainda dormiu no escuro.

Passados nem seis meses daquilo, a situação se repete aqui dentro do Estado. Agora é Porto Alegre sofrendo com falta de energia após um temporal. Mudou de gestor, agora sendo gerido por Riberto Barbanera, que assumiu em agosto. Mas o cerne da questão não mudou. Em entrevista à Zero Hora, pediu voto de confiança e tempo para virar o jogo. Ora, mais uma vez a concessionária vai tratar a questão como aprendizado? Não aprendeu nada com o que aconteceu na Zona Sul em julho?

Um outro absurdo foi a declaração do prefeito da capital, Sebastião Melo (MDB) relatando que não conseguiu contato com a CEEE Equatorial. Se nem os gestores públicos conseguem contato em busca de solução, o que resta para o cidadão? A promessa de Barbanera é que a situação se estabeleça até hoje ou sábado. Será?

Há que se cobrar pressão do Estado, que vendeu a CEEE, mas segue atuando como regulador e fiscalizador. Há que se insistir para que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tome decisões para que a situação não se repita, ficando alerta para novas falhas e exercendo punições previstas, se necessário.

Com a situação climática que vivemos, extremos meteorológicos serão cada vez mais comuns. A CEEE não pode ficar alegando aprendizado e pedindo voto de confiança toda vez. Qualquer fé que se pudesse ter no trabalho da Equatorial, já se extinguiu. Para eles, resta tentar recuperar o mínimo de crédito não repetindo os erros.


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